As dermatites periestomia podem ser classificadas de acordo com seus fatores causais, como discutimos na coluna anterior. Em relação à região de pele ao redor acometida e tipo de lesão, podemos realizar a classificação com auxílio do instrumento SACSTM (“Studio Alterazioni Cutanee Stomali”).
O SACSTM foi criado na Itália em 2006 por Bosio e colaboradores para permitir a avaliação, classificação e registro padronizado de lesões de pele periestomia. O instrumento foi adaptado e validado para a cultura brasileira em 2019 por Silveira e Lanza.
O SACSTM tem duas etapas de classificação: a primeira é de acordo com o Tipo de Lesão (L), sendo L1 (hiperemia), L2 (lesão erosiva), L3 (lesão ulcerativa), L4 (lesão ulcerativa com tecido necrótico) e LX (lesão proliferativa).
A segunda etapa de classificação é de acordo com a Localização Topográfica (T), sendo TI (quadrante superior esquerdo), TII (quadrante inferior esquerdo), TIII (quadrante inferior direito), TIV (quadrante superior direito) e TV (todos os quadrantes da área periestomal).
O SACSTM por ser um instrumento válido e confiável permite a realização de uma classificação padronizada das dermatites periestomia, facilitando a comunicação entre os profissionais, o registro e consequentemente a assistência prestada à pessoa com estomia. A classificação padronizada também permite a realização de indicadores mais fidedignos sobre as dermatites que podem ser utilizadas pela gestão dos serviços além de atividades de pesquisa científica.
Em nossa próxima coluna falaremos sobre como deve ser feita a assistência pré-operatória ao paciente que passará por uma cirurgia de confecção de estomia. Até lá!
Referências:
Silveira NI; Lanza LB (2019) Adaptação cultural, índice de validade de conteúdo e confiabilidade interobservadores do The SACSTM Instrument: Assessing and classifying peristomal skin lesion. ESTIMA, Braz. J. Enterostomal Ther., 17: e1919. https://doi.org/10.30886/estima.v17.768_PT
Coluna excelente! 👏🏼