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Foto do escritorLiga Acadêmica de Estomas e Feridas - UFMA

Dermatite Periestoma: o que é e como cuidar?


As dermatites são lesões de pele agudas ou crônicas, primárias ou secundárias onde ocorre perda da integridade da pele. Podem ser classificadas como leve, moderada ou grave, onde se observam características como a cor da pele ao redor, a presença de líquidos ou pús e perda de tecido.


As dermatites periestoma são complicações muito frequentes, que além de problemas imediatos, podem afetar a qualidade de vida do paciente, causando dor local, dificultando o uso da bolsa coletora, fazendo o paciente ficar cada vez mais recluso e aumentando as despesas financeiras, incluindo um elevado gasto de materiais e necessidade de acompanhamento com profissionais especializados.


A dermatite periestoma ocorre quando a pele a redor do estoma fica irritada e inflamada. Isso leva ao eritema local (vermelhidão), podendo ocasionar até ulcerações (feridas) com sangramento e dor local. Essa irritação ocorre devido a umidade causada pelo efluente (fezes, urina) que fica em contato com a pele. O contato com efluentes é prejudicial a pele pois estes possuem enzimas digestivas, sais biliares e bactérias intestinais, as quais podem enfraquecer a integridade do tecido e causar danos a pele. Outras causas para a dermatite periestoma são o recorte inadequado da placa adesiva ou indicação de equipamentos inadequados, a alergia a algum dos componentes do equipamento coletor ou mesmo o trauma quando da remoção inadequada dos equipamentos.


A dermatite por infecção é um problema secundário a outras dermatites. As infecções mais comuns são a foliculite e a candidíase. Nesses casos pode ser necessário intervenção médica com a prescrição de algum medicamento.


Um cuidado especial deve ser dado ao paciente portador de uma ileostomia. Nesses casos as fezes apresentam-se líquidas e em grande quantidade, sendo estas ricas em enzimas digestivas. O contato destes efluentes com a pele podem gerar lesões. Por isso é recomendado o uso de uma placa adesiva convexa juntamente com o uso de produtos protetores da pele, de modo a diminuir o contato com este material.


A prevenção da dermatite periestoma começa com a sua construção. Para isso é necessário que o médico tome os cuidados relacionados a adequada construção do estoma, além de uma avaliação do paciente se este é alérgico ao material dos equipamentos coletores. Por isso enfatizamos, conforme já citado em um artigo anterior, a importância da demarcação cirúrgica da estomia, de modo a evitar complicações futuras. Tais medidas contribuem para a melhoria da qualidade de vida do paciente.


Recomendamos algumas medidas para prevenção da dermatite periestoma:


  • Mantenha a pele limpa e seca.

  • Realize a limpeza e o enxague adequado da pele para eliminar quaisquer resíduos.

  • Não utilize soluções alcoólicas para limpeza da pele.

  • Alguns pacientes podem ter alergia ao produto da placa adesiva. Nestes casos pode ser necessário fazer a troca do material ou o uso de uma película protetora entre a pele e a placa, de modo a evitar o contato.

  • Realize o recorte adequado da placa adesiva. Esta deve ser realizada rente ao estoma para que a pele não fique em contato com o efluente.

  • Uso de produtos que criem uma barreira entre a pele e a placa adesiva como películas protetoras em spray ou creme.

  • Uso de produtos adjuvante como o hidrocolóide em pó, para tratamento da pele até que esta fique integra.

  • Caso haja espaços entre a placa adesiva e o estoma pode ser utilizado algum produto como o hidrocolóide em pasta, em tira ou em anel moldável para vedação destes espaços.

  • Realize a retirada adequada do equipamento coletor. Evitar tracionar a placa adesiva de maneira brusca para evitar o possível trauma local. A placa deve ser retirada enquanto se pressiona a pele no sentido oposto, com delicadeza, de modo a evitar lesionar a pele. Retirar a placa de cima para baixo pode facilitar a troca.

  • Avalie a pele com frequência para acompanhar o surgimento de complicações. A pele não deve ter um aspecto diferente da pele do abdome.

  • Observe as queixas do paciente tais como vazamentos do sistema coletor, desconforto local, ardências, coceiras ou sangramentos.

  • A frequência média da troca das bolsas é de 3 – 4 dias, variando para mais ou para menos. Como cada produto possui características diferentes observe a cor da placa adesiva, que possui coloração amarela. Troque-a quando ela estiver ficando quase completamente branca (a placa estará saturada). Isso evitará que haja descolamento da placa e o vazamento do conteúdo, causando inflamações na pele periestoma.

Esperamos que estes cuidados auxiliem na manutenção da bolsa coletora e evitem o surgimento da dermatite periestoma. Caso a lesão piore, consulte um enfermeiro estomaterapeuta para maiores orientações e acompanhamento.

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