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Tratamento de Lesão Cutânea em Indivíduos com Depressão: dica para os profissionais


Em muitos atendimentos ambulatoriais a demanda de pacientes é tão grande que prestar atenção em todos os detalhes pode ser um grande desafio para os profissionais de saúde.


Alguns pacientes diabéticos com lesões nos pés podem sofrer de depressão. A incidência de depressão em pacientes com este tipo de lesão varia de 26% a 85%.


A Depressão é uma psicopatologia que modula principalmente o humor podendo levar o indivíduo ao autoextermínio. Os sintomas variam desde ansiedade, apatia, culpa descontentamento geral, desesperança, mudanças de humor, perda de interesse ou prazer nas atividades, solidão, tristeza, tédio ou sofrimento emocional; no comportamento (agitação, automutilação, choro excessivo, inquietação, irritabilidade ou isolamento social), no sono (despertar precoce, excesso de sonolência, insônia ou sono agitado), na cognição (falta de concentração, lentidão durante atividades ou pensamentos suicidas) alterações no peso, fadiga e até fome exacerbada.


Ao tratar de uma lesão cutânea no pé de um portador de diabetes o profissional de saúde jamais pode olhar apenas para a ferida, deve olhar além dela; o rosto do paciente mostra como ele se comporta, suas dores, suas mascaras e o mais importante sua vontade de se ver curado.


Se um paciente não desejar ser tratado, para ter sua lesão cutânea cicatrizada, o tratamento não terá progresso. Quando um paciente está com humor deprimido ou já com a depressão instalada o sucesso da nossa intervenção, enquanto profissional de saúde, deverá ser focada primeiramente no bem estar psicológico do paciente, para isso devemos prestar atenção:


No olhar: distante? Entristecido? Apático?


Na boca; o que ela expressa: satisfação? Tristeza? Desdenho? Angustia? Raiva?


Na posição da cabeça; cabisbaixo? Queixo erguido? Cabeça inclinada? Apoia a cabeça às mãos?


No tronco; qual a postura? E os ombros?


Além das mãos, vestimenta, higiene e outros.


Todo ser humano é capaz de identificar sinais de tristeza, de alegria e de diversas outras emoções. Aprendemos isso antes mesmo de começar a falar, porém parece que depois que aprendemos o recurso da fala esquecemo-nos de dar valor ao que a linguagem não verbal nos diz.


Portanto ao se deparar com algum paciente diabético com uma lesão da qual precisa de tratamento se pergunte, e pergunte a ele; por que deseja cicatrizar esta ferida? Observe atentamente a resposta e trate das feridas dele; físicas e/ou emocionais. É claro que para cada caso haverá uma conduta a ser seguida dentro da rotina de trabalho de cada um.

Um grande abraço!


Dr. Laércio Ferreira Silva


Referências

Jiang FH, Liu XM, Yu HR, Qian Y, Chen HL. The Incidence of Depression in Patients With Diabetic Foot Ulcers: A Systematic Review and Meta-Analysis. Int J Low Extrem Wounds. 2020 Jun 11:1534734620929892. doi: 10.1177/1534734620929892. Epub ahead of print. PMID: 32527164.

Depression in adults: recognition and management. London: National Institute for Health and Care Excellence (UK); 2009 Oct 28. PMID: 31990491.

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